O vento vai soprando devagar.
Vai levando palavras que gostei de escutar.
Tantas palavras jogadas ao vento.
Tantas palavras que adoçaram a alma.
Palavras que travaram brigas no olhar.
Que saíram da boca e queimaram o coração.
Palavras que fizeram a alma doer.
Palavras que nunca soariam abandono.
Palavras que refletiam o desejo de cuidar.
Palavras que despertavam o desejo de posse.
Tantas palavras jogadas ao vento.
Palavras que reviravam os olhos.
A pulsação acelerava fazendo o coração vibrar.
Bastava um olhar no outro olhar.
E as palavras se encontravam sem cessar.
Um corpo pedindo o outro corpo.
Um calor querendo se aconchegar no outro calor.
Eram bocas implorando beijos.
Pele desejando toque.
Eram juras de uma paixão que desejava ser eterna.
Agora as almas estão soluçando.
O passado e o presente se condensaram.
Agora o vento sopra triste.
Arrancou as raízes de uma paixão que fortalecia.
Levou tantas palavras pra longe.
Levou toda a ilusão que crescia.
Levou o brilho do olhar.
Levou a canção da alma.
Levou o perfume da pele.
Agora o vento vai soprando devagar.
Tentando acalmar a desilusão.
Palavras que agora soam mentirosas.
Palavras que agora parecem vazias.
Palavras que agora estão solitárias.
Palavras jogadas ao vento.
Palavras levadas sem piedade.
E agora o vento vai soprando o corpo devagar.
Escrevendo palavras que eu desejei amar.
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