terça-feira, 4 de outubro de 2011

DESIGUALDADE

Ao dormir sonhei.
Era um sonho democrático.
Sonhei que aqui no Brasil existia democracia.
Que os políticos votavam no salário do povo.
E que o povo votava no salário dos políticos.
Sonhei que as pessoas tinham condições dignas de vida.
Que não faltavam moradias, nem alimentos, nem saúde.
Que as pessoas carentes tinham facilidade para estudar em universidade federal.
Que qualquer pessoa tinha facilidade para fazer mestrado e doutorado numa estadual.
Sonhei que tinham acabado as vendas de diplomas.
E que as pessoas tinham o direito de fazer greve sem sofrer repressão.
Sonhei que o Brasil era um país livre e as pessoas se sentiam livres para sonhar.
Que as desigualdades eram menos gritantes e que as pessoas estavam contentes.
Que existia cura para AIDS, câncer, asma e tantas outras doenças.
Sonhei que a democracia realmente estava na moda.
Que ninguém mais usaria a dor, a miséria, a fome para fazer campanha política.
Sonhei que todas as pessoas tinham mesa farta.
Que todas as pessoas tinham o direito de viajar nas férias com a família.
Sonhei que a escola pública oferecia um ensino de qualidade.
Que professores, alunos e familiares estavam satisfeitos com os resultados.
Sonhei que as pessoas sabiam trabalhar em grupo.
Que a vida era mais gratificante e feliz para todos.
Sonhei com liberdade sobre as asas da democracia.
E tão alto fui neste sonho que cai e dei de cara com a realidade.