Menino travesso brincando de mar.
As águas furiosas batem nas pedras.
O mar é traiçoeiro. Ele quer levar você.
Estou na margem acenando.
A alegria vai embora pra longe.
Quer ganhar outra direção.
Como se nada fosse importante.
Como se as almas fossem barcos a velas.
E os barcos são levados pelo mar.
A margem vai se distanciando.
E você vai sumindo no mar.
Eu vou ficando menor na margem.
O barulho persiste. É a explosão do impacto.
O vento brinca como os meus cabelos.
Roubando o meu sorriso e o brilho no olhar.
Na esperança de ter você pra mim.
Peço mais de um milhão de vezes:
Devolva-me a minha alma mar furioso!
E o mar desobedece.
Desconhece a minha dor.
De tanto eu chorar na margem as lágrimas secaram.
E secou também o mar.