segunda-feira, 12 de março de 2012

ATRAÇÃO

Penso nas rosas que eu nunca recebi e respirava você.
E na saudade dos seus toques ao anoitecer.
Penso na inocência que parecia infinita.
E na confiança desnecessária.
Penso no fetiche, na paixão avassaladora.
Nas atitudes desafiadoras da atração física.
Sinto que metade de mim ainda é menina.
E a outra metade é mulher.
Metade de cada metade dorme.
E a outra metade está desperta.
E de novo eu sinto que o seu olhar quer me despir.
Arrepiar o meu corpo. Emudecer a minha intuição.
Secar a minha boca. Acelerar o meu coração.
Você deseja me aquecer, encantar, seduzir.
Despertar o que existe de mais feminino e poderoso em mim.
Arrancar suspiros, segredos da alma, beijos apaixonados.
Entrelaçar corpos, prazeres, sabores.
Envolver, sentir, viver intensamente.
Hoje eu quero ser desejada muito mais do que desejar.
Despertar os sentidos. Emoções intensas.
E a parte adormecida continua a dormir.
E a parte desperta quase sempre está alerta.
Não existe mais a curiosidade de conhecer o desconhecido.
Nem a necessidade inquieta da atração.
A vida ensina amadurecer. Ensina que é preciso se valorizar.
É preciso uma vida real. Um chão concreto pra pisar.
Hoje posso ver através da vaidade.
É preciso carinho, confiança, atenção, paixão e desejo.
Ainda poderei errar muitas vezes, mas vou tentando acertar.
Arriscar, aventurar não é perder o medo. E sim descuidar.
A metade que dorme não queria dormir.
E a metade desperta não queria questionar.
No entanto é a vida. Ela tira o que ela mesma dá.

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