quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

TRANSBORDAR

Quero ser o desejo apimentando a paixão.
E ser a paixão ardente.
Quero ser o calor devorando o coração
E ser o coração vibrando no corpo.
Quero ser o furacão arrancando a árvore do chão.
E ser o chão no enigma da sedução.
Quero ser o impulso pleno que desperta o universo.
E ser o universo vibrante.
Quero ser o trovão rugindo furioso na tempestade.
E ser a tempestade incessante.
Quero ser a turbulência vulcânica.
E ser o vulcão em erupção.
Quero ser o fogo arrastado pelo vento.
E ser o vento arrebatador.
Quero ser a correnteza do rio.
E ser o rio desaguando no mar.
Quero ser a direção do navio.
E ser o navio tentando dominar o mar.
Quero ser a poesia sobre o papel.
E ser o papel contorcendo os versos.
Quero ser a relva no amanhecer.
E ser o amanhecer de um novo dia.
Quero ser a roca tecendo noites a fio.
E ser o fio tecendo o luar na escuridão.
Quero ser a brasa acesa na lareira.
E ser o fogo aceso na brasa.
Quero ser o colibri esvoaçante na natureza.
E ser a natureza selvagem.
Quero ser a força transbordante que avança.
E ser o avançar num vai e vem incansável e delirante.

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